quinta-feira, 30 de julho de 2009

A apresentação dos candidatos

Os candidatos apresentam-se. Na Junta de Freguesia. Salão Nobre a abarrotar. Um ritual de imitação dos grandes eventos mediáticos nacionais. Do tipo música Jean Michel Jarre, Vangelis, momentos épicos de exaltação colectiva. Tribuna com microfone. A magia do círculo, não do giz brechtiano, mas do sol artificial dos holofotes. a demarcar, a vincar a salientar os heróis da noite O slide electrónico projectado no centro do palco, omnipresente, como um neón cintilante de publicidade na noite da cidade. Presente, progressivamente ausente mas, subliminarmente eficiente.

Temos um rumo. Afirmado categoricamente. Em linguagem publicitária, dogmaticamente. Em tom de auto-elogio e de promessa. Mensagem sem politica, nem ideologia. para não espantar a caça.

O desfile avança depois da dança. Música jovem, de imitação, dos grandes artistas da canção. Vem a calhar. A jovem Oliveira lança palpitações, com um percussionista dos sete ofícios a lembrar as exigências de polivalência dos tempos que correm. Tocar vários instrumentos é mínimo exigível para ter sucesso no futuro.

Abre a passerelle. Mandatário, presidente, dirigente e o resto da gente. Avançam os cabeças de lista. Ser cabeça, de cartaz, de casal, agora de lista. Eis um novo estatuto dos papéis sociais que importa registar Ir á cabeça. Ser o porta – bandeira. O rosto da mensagem, da equipa, da freguesia, do povo local , tudo isto numa só cabeça. O que vale é que segue a lista. Que como a Shindler não é divulgada. O cabeça responde por ela. Por isso é cabeça.. E quem votar no cabeça, vota na lista. È assim.

Trocam-se galhardetes. O nacional garante que o local é do melhor. Podem confiar...Os locais agradecem.. Fala-se em seriedade e em serviço público. As honrarias da praxe.

Para consumo interno.

Accountibility., prestação de contas por parte de quem governou, fica para a campanha. Agora não há tempo. O que conta é afirmar um rumo. E confiar no timoneiro.

Mas não deveria ser a política primeiro?

terça-feira, 7 de julho de 2009

PS Ovar aprova candidatos às autárquicas

Ontem reunida, a Comissão Política do PS Ovar aprovou a lista de candidatos à Câmara Municipal, à Assembleia Municipal e às Juntas de Freguesia com listas concluídas.
Ficaram por determinar os candidatos de Ovar e Esmoriz (cujas secções estão a ultimar a lista definitiva) e ainda Cortegaça, Maceda e Válega.
Os cinco primeiros candidatos à Câmara Municipal são Manuel Oliveira, Vitor Ferreira, Conceição Vasconcelos, José Américo e Aníbal Moreira. Novidade no elenco a presença de Vitor Ferreira que representou o Bloco de Esquerda na Assembleia Municipal no último mandato.
Aníbal Moreira, ex-presidente da Junta de Freguesia de Maceda fica colocado numa posição de aproximação à vereação que valoriza a sua acção como autarca local, por todos reconhecida como muito positiva.
Na Assembleia, Municipal Manuel Malícia volta a encabeçar a lista e a ele juntam-se destacados militantes socialistas do concelho. A necessidade de alguns acertos a serem realizados nos próximos dias com militantes de algumas freguesias justifica um adiamento na divulgação da sua composição completa.
As listas para as freguesias de S. João de Ovar, Arada, S. Vicente Pereira foram aprovadas com grande unanimidade dos dirigentes socialistas presentes.
Dia 21 de Julho é a data limite para conclusão de todos estes processos o que implica uma actuação acelerada em todas as frentes por parte dos órgãos do PS local e das comissões por eles designadas.
O mandatário e o responsável financeiro pela campanha também foram aprovados ficando José Américo vinculado à campanha eleitoral.

Armando França apela à mobilização do PS Aveiro para as próximas batalhas eleitorais


ArmandoFrança analisa situação do PS pós-eleitoral (europeis) e pré - eleitoral (legislativas e autárquicas". Um discurso orientado para a motivação e o envolvimento unido e solidário dos socialistas nas batalhas que se avizinham:


do PS Aveiro:


"Agora que a poeira pousou, que tudo ou quase tudo foi dito sobre as eleições europeias e que todas ou quase todas as análises e interpretações foram feitas; agora que já lemos coisas certas e desaforos e que ouvimos palavras sensatas e dislates os mais variados de cidadãos e de militantes socialistas, há que arrumar e seleccionar algumas ideias, mesmo que elas sejam simples ou até verdades eternas já formuladas por outros antes de nós.
Assim, primeiro: perder uma eleição não é deixar de ter razão. O PS perdeu as eleições para o PE.ARMANDO FRANÇA
Inquestionável. Todavia, para nós, é evidente que aquilo em que acreditamos, o projecto Europeu, enquanto projecto político em desenvolvimento, voltado para a paz, para a liberdade, para o desenvolvimento equilibrado e sustentado e para um modelo de organização da sociedade em que o Estado é o garante do social e de uma economia de mercado, não de casino, mas regulada e balizada pelo interesse público e geral e pelos princípios da solidariedade e da redistribuição, não foi derrotado. Ora, uma eleição que nos foi desfavorável só nos deve motivar a sermos melhores e a fazermos mais por aquilo em que acreditamos: a Europa e o projecto social europeu.
Segundo e citando o ilustre professor espanhol de filosofia e história, Daniel Innerarity: “está incapacitado para a política quem não tiver aprendido a gerir o malogro ou o êxito parcial, porque o êxito absoluto não existe”. É verdade também. E ainda há dias, a propósito de uma ilustre personalidade que nos deixou para sempre, o nosso camarada Carlos Candal, eu escrevi que foi um cidadão que sabia ganhar sem jactância e perder com dignidade. Pois bem, é indispensável também que os socialistas tenham sabido aceitar com dignidade o sabor amargo da derrota e assumi-la responsavelmente e, sobretudo, sem pôr em causa a validade do nosso projecto político (quando muito os métodos ou os meios).
Terceiro: perdemos uma batalha, mas não perdemos a guerra. Todos sabem que este ano é o ano de todas as eleições (exceptuando as presidenciais). Ora, as eleições para o PE foram uma de três, este ano, no nosso país. Temos, como é sabido, as legislativas e as autárquicas, as quais, dada a sua proximidade, transformaram-se na prioridade das prioridades da nossa vida política. Por isso, não percamos tempo e recursos com o acessório e com querelas internas impossíveis de conclusão neste momento e concentremo-nos naquilo que é essencial: esclarecimento do que foi o trabalho dos socialistas no Governo e nas Autarquias e preparação de programas e propostas, bem como a constituição das melhores equipas, para serem apreciados pelos eleitores nas próximas eleições.
Quarto: a união faz a força. É um lugar comum, é verdade. Mas há momentos na vida de uma família, de uma comunidade, de uma organização políticopartidária, de um povo em que tudo será diferente se nos soubermos colocar do mesmo lado da barricada, se soubermos juntar o que nos une e pôr de lado o que, podendo ser importante no plano teórico ou no do ideal, nos pode dividir e causar acrescidos prejuízos ao projecto de sociedade em que acreditamos, o qual, aliás, nos distingue duma certa direita requentada, bolorenta ou neoliberal e de uma dita esquerda que não conseguiu passar além do XX Congresso do Partido Comunista da União Soviética de 1956 ou cujo discurso diário é refinadamente demagógico, irrealizável e populista, desligado dos problemas e das dificuldades reais dos portugueses e irresponsavelmente utópico.
A tarefa que os socialistas portugueses têm pela frente, nos próximos quatro meses, é difícil e complexa, mas é nossa e o seu sucesso depende principalmente de nós próprios, da nossa ambição e da nossa força.
Devemos partir para os combates com a ideia de que poderemos ganhar as eleições, mas que temos de trabalhar muito, não podemos cometer erros e não devemos subestimar os nossos adversários nem desvalorizar as nossas dificuldades e insuficiências.
É connosco que temos de contar"

segunda-feira, 6 de julho de 2009

O cartaz


O cartaz....

O Cartaz com o as. De frente, para toda a gente. Com Ovar, a despertar. Dinamismo valorizado, mas ele está parado. Competência destacada, em área não-revelada, Determinação assumida, para missão desconhecida.

Afinal o que promove esta faixa de fundo vermelho de metros sem conta ao longo das estradas, nas rotundas e pontos fortes de passagem?
Uma pessoa concreta, com rosto e atributos para uma mensagem de salvação.
O despertar. A renúncia ao sono. Rejeição da letargia sonolenta. Entrada num novo estado de lucidez, de visão esclarecida.
Mas em torno de que ideias? Que novas nos traz o mensageiro?
Nenhuma, apenas que o mensageiro tem atributos, competências e com ele as pessoas despertam. Sim despertam para quê?
Para o mensageiro. Ah! Afinal o mensageiro mais do que mensagem traz despertador. Toca a rebate. Abre os olhos dos que os têm fechados. Uma espécie de Optivisão, de Multiópticas da política local.
Dinâmico. Competente. Determinado. Mas o Le Pen, em França nas presidenciais de má memória para os franceses e europeus progressistas, não tinha exactamente a mesma base de comunicação com os eleitores? Será esta a base para uma escolha política? Para quem vai governar o bem comum?

Não francamente. Não chega. Queremos mais. O homem-despertador não é suficientemente esclarecedor e motivador. Aliás os homens – previdência nunca derem contributos positivos à democracia e ao desenvolvimento social. A história indica-nos prudência e até desconfiança para este tipo de propostas antropromórficas.

Competente. Os outros não, ou talvez. Como se a competência pudesse ser afirmada de forma absoluta. Não se é competente. Age-se com competência, em determinado contexto e de forma específica. Por competência entende-se uma combinação criativa do conhecimento ajustado, da capacidade adequada e da atitude certa, na acção, tratando-se sempre de um campo de desafio para todo e qualquer um. De progressão Não se é. Age-se em cada situação com maior ou melhor.

Determinado. Ou pré – determinado. Ou seja não se sabe, como será canalizada a determinação. Sabemos, pelo passado que pode ser num sentido de sistemática oposição.

Dinâmico. Alguns afirmam aerodinâmico. Discurso aéreo sem grande ligação à realidade. E quando a ligação existe, faz faísca. Como um fusível. Como a Barrinha sabe e lembra.

Bem como Fernando Pessoa. Esperemos pela Mensagem. Talvez venha. Talvez não.
Para despertarmos. Será?

Carlos Ribeiro