terça-feira, 7 de julho de 2009

Armando França apela à mobilização do PS Aveiro para as próximas batalhas eleitorais


ArmandoFrança analisa situação do PS pós-eleitoral (europeis) e pré - eleitoral (legislativas e autárquicas". Um discurso orientado para a motivação e o envolvimento unido e solidário dos socialistas nas batalhas que se avizinham:


do PS Aveiro:


"Agora que a poeira pousou, que tudo ou quase tudo foi dito sobre as eleições europeias e que todas ou quase todas as análises e interpretações foram feitas; agora que já lemos coisas certas e desaforos e que ouvimos palavras sensatas e dislates os mais variados de cidadãos e de militantes socialistas, há que arrumar e seleccionar algumas ideias, mesmo que elas sejam simples ou até verdades eternas já formuladas por outros antes de nós.
Assim, primeiro: perder uma eleição não é deixar de ter razão. O PS perdeu as eleições para o PE.ARMANDO FRANÇA
Inquestionável. Todavia, para nós, é evidente que aquilo em que acreditamos, o projecto Europeu, enquanto projecto político em desenvolvimento, voltado para a paz, para a liberdade, para o desenvolvimento equilibrado e sustentado e para um modelo de organização da sociedade em que o Estado é o garante do social e de uma economia de mercado, não de casino, mas regulada e balizada pelo interesse público e geral e pelos princípios da solidariedade e da redistribuição, não foi derrotado. Ora, uma eleição que nos foi desfavorável só nos deve motivar a sermos melhores e a fazermos mais por aquilo em que acreditamos: a Europa e o projecto social europeu.
Segundo e citando o ilustre professor espanhol de filosofia e história, Daniel Innerarity: “está incapacitado para a política quem não tiver aprendido a gerir o malogro ou o êxito parcial, porque o êxito absoluto não existe”. É verdade também. E ainda há dias, a propósito de uma ilustre personalidade que nos deixou para sempre, o nosso camarada Carlos Candal, eu escrevi que foi um cidadão que sabia ganhar sem jactância e perder com dignidade. Pois bem, é indispensável também que os socialistas tenham sabido aceitar com dignidade o sabor amargo da derrota e assumi-la responsavelmente e, sobretudo, sem pôr em causa a validade do nosso projecto político (quando muito os métodos ou os meios).
Terceiro: perdemos uma batalha, mas não perdemos a guerra. Todos sabem que este ano é o ano de todas as eleições (exceptuando as presidenciais). Ora, as eleições para o PE foram uma de três, este ano, no nosso país. Temos, como é sabido, as legislativas e as autárquicas, as quais, dada a sua proximidade, transformaram-se na prioridade das prioridades da nossa vida política. Por isso, não percamos tempo e recursos com o acessório e com querelas internas impossíveis de conclusão neste momento e concentremo-nos naquilo que é essencial: esclarecimento do que foi o trabalho dos socialistas no Governo e nas Autarquias e preparação de programas e propostas, bem como a constituição das melhores equipas, para serem apreciados pelos eleitores nas próximas eleições.
Quarto: a união faz a força. É um lugar comum, é verdade. Mas há momentos na vida de uma família, de uma comunidade, de uma organização políticopartidária, de um povo em que tudo será diferente se nos soubermos colocar do mesmo lado da barricada, se soubermos juntar o que nos une e pôr de lado o que, podendo ser importante no plano teórico ou no do ideal, nos pode dividir e causar acrescidos prejuízos ao projecto de sociedade em que acreditamos, o qual, aliás, nos distingue duma certa direita requentada, bolorenta ou neoliberal e de uma dita esquerda que não conseguiu passar além do XX Congresso do Partido Comunista da União Soviética de 1956 ou cujo discurso diário é refinadamente demagógico, irrealizável e populista, desligado dos problemas e das dificuldades reais dos portugueses e irresponsavelmente utópico.
A tarefa que os socialistas portugueses têm pela frente, nos próximos quatro meses, é difícil e complexa, mas é nossa e o seu sucesso depende principalmente de nós próprios, da nossa ambição e da nossa força.
Devemos partir para os combates com a ideia de que poderemos ganhar as eleições, mas que temos de trabalhar muito, não podemos cometer erros e não devemos subestimar os nossos adversários nem desvalorizar as nossas dificuldades e insuficiências.
É connosco que temos de contar"

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